quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Relato de parto- Viviane Costa Lopes

Relato de parto- Viviane Costa Lopes

NÃO EXISTE PARTO SEM DOR!!! Inicio meu relato com esta frase, pois ficou muito marcada em meu subconsciente...
Na manhã do dia 9 de novembro acordei com fortes dores abdominais e diarréia, logo, tomei um buscopan composto e deitei de ladinho, esquerdo, para ver se a dor passava, o André foi até a casa de um amigo e eu continuei deitada e me sentindo um pouco melhor. Minha médica e prima Dra. Rubia Borges, pediu que eu fosse até o Hospital das Moreninhas no período da tarde, pois ela estava de plantão, e como eu estava com 39 semanas e 6 dias ela gostaria de me avaliar, combinei com ela e aproveitei pra dizer que estava com um desconforto abdominal que não passava, e que a tarde explicaria melhor pra ela.
As dores ficaram mais constantes, mandei mensagem pro André vir embora, pois iríamos até a Dra Rubia. Cheguei ao Hospital já com dore fortes, porém suportáveis, por volta das 15:30 hs, tanto que a Rúbia percebeu logo minha feição de dor. Fizemos o toque e eu estava com 2 cm de dilatação, ela pediu que eu retornasse pra casa, e combinamos de nos encontrar na maternidade por volta das 20:30 para uma nova avaliação. 
Fui para casa, avisei a minha doula Fabrina, comecei a controlar as contrações, sempre com a ajuda do André. Por volta das 18:30hs as dores ficaram muito intensas, mas ainda suportáveis, fui para o chuveiro, sentei na bola para fazer exercícios, vocalizei a dor, sempre avisando a Rubia e a Fabrina através de mensagens, e no horário combinado fomos para a maternidade, ao entrar no carro minhas dores já eram bem mais fortes, e eu disse ao André: 
- Só falta eu estar sentindo toda esta dor e chegar na maternidade ainda com 2 cm de dilatação!!!
Chegamos na maternidade, Fabrina e Rubia já estavam lá, ao entrar a Fabrina já fez uma pressão nas minhas costas, pois eu já estava com bastante dor (mas ainda estava suportável), quando a Rúbia fez o toque... santa boca a minha... EU ESTAVA AINDA COM 2 CM!!! Neste momento eu desesperei, disse que não queria mais sentir dor, que queria fazer logo a cesárea!! Pronto, André, Rúbia e Fabrina me olharam com uma feição de espanto, e foi quando a Fá disse:
_ vívi... não existe parto sem dor, você se preparou pra isso!!

A Rúbia achou melhor me internar logo, pois eu estava muito nervosa, fui para a sala de parto, assim a Fá já providenciava o enchimento da banheira pra me aliviar no começo e diminuir meu estresse. Enquanto isto minha bolsa rompeu. Fabrina sempre me acalmando, dizendo que eu precisava daquela contração, daquela dor pro meu bebê nascer, e então a milagrosa banheira ficou completamente cheia , o alívio foi tanto que eu já estava mais positiva, pedia pra dor vir, conversava comigo mesma pedindo calma, o André e a Fabrina sempre me acalmando, não consigo me imaginar sem eles naquele momento. Com meia hora na banheira as dores já estavam insuportáveis, neste momento pedi pra fabrina ligar pra Rúbia, eu estava decidida a fazer cesáera novamente, fiquei muito brava, falava pra Fabrina e pro André que eles estava me enrolando, pra ligar logo pra minha médica ( a Rúbia tinha feito plantão o dia todo e precisava comer coitada rs ) enfim, a Fabrina ligou pra Rúbia e eu disse: 
_Prima, vem pra cá agora... quero cesárea, e não demora, eu to falando sério, vem agoraaaa!!!
Nesse momento eu já havia me transformado, fiquei grossa, tratava a Fabrina e o André mal, disse pra Fá que ela não estava me respeitando, que isso não tinha nada de humanizado coisa nenhuma, que eu estava sofrendo! rs (estresse momentâneo por causa da dor). Nesse momento a Fá olhou novamente em meus olhos e disse:
_ Vivi... você não é criança, se preparou pra isso, NÃO EXISTE PARTO SEM DOR!! Tenha calma!
Essa frase não sai da minha cabeça até hoje, pois realmente não existe parto sem dor, seja cesárea ou vaginal, a dor faz parte do parto. A Rúbia chegou, minha prima que cresceu junto comigo, então pensei: estou salva, vamos fazer cesárea, mas não... ela olhou pra mim com semblante bem tranquilo e disse:
_ Mas você só está aqui há 1 hora Vivi, deixa eu te tocar, vamos ver como está!
E então eu disse:
_ Pode tocar, e depois vamos para o centro cirúrgico pra fazer uma cesárea!
Então ela fez o toque... e eu estava com 9 cm de dilatação e o bebê no plano zero, eu dilatei 7 cm em uma hora!!!!!!!!! Meu Deus!!!!!!! Esse era o motivo de toda aquela dor, apensar do meu orgulho eu ainda batia o pé por uma cesárea até que me convenceram a tentar uma analgesia antes. Santa analgesia! Eu já sentia uma vontade incontrolável de fazer força e então comecei a sentir meu bebê se mexer dentro de mim, e é muito mágico, eu sentia quando ele descia, sentia os movimentos dentro de mim, agachava e levantava, até que vimos a cabecinha dele, sentei na banqueta e continuei com as forças e ele já estava chegando, então comecei a sentir uma ardência, como se meu períneo pegasse fogo. André segurando minha mão, Dra Rúbia sentada no chão, Fabrina também sentada no chão registrando os momentos rsrs, todos ali me dando muita força, então pensei... agora vai!! Fiz mais e mais força, até que a Rúbia disse: 
_ Você já quer vir priminho!
E ele veio, nasceu! Ás 00:14 do dia 10 de novembro, com 3.200kg e 50,5cm
(Detalhe que a Fabrina tinha ido beber água e perdeu justo o nascimento, pois Valdemir desceu muito rápido). Eu fiquei encantada, pois eu havia conseguido, ele estava ali nos meus braços, e todos que me deram a mairo força ali olhando... não sei explicar o que senti, só sei que é uma sensação perfeita, e a dor.... QUE DOR MESMO??? Ah aquela eu eu senti e disse que estava insuportável, essa dor compensou mais do que tudo quando o Valdemir estava nos meus braços.
A Fabrina, essa doula que é muito mais do que doula, teve um papel fundamental, pois ao mesmo tempo que eu pedia cesára, ela me convencia de que eu havia me preparado para aquele momento, as massagens e manobras diminuem e muito a dor na hora das contrações, fora o apoio emocional e o carinho. 
André, meu marido, foi perfeito, muito parceiro, carinhoso e paciente, e por fim a Dra Rúbia, que é uma excelente médica, realmente humanizada, que agora além do laço da família, tem também esse laço eterno, pois me ajudou a trazer meu maior tesouro ao mundo. 

Termino meu relato reafirmando, NÃO EXISTE PARTO SEM DOR, mas tudo vale a pena... e a equipe ... faz toda a diferença!! 





quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Relato de Parto Mayara Caldeiras e João

RELATO DE PARTO - nascimento Marco Antônio 17/11/2014

E então o dia havia chegado... Eu mal sabia que no fim da tarde daquela segunda, 17 de novembro de 2014, seria o dia escolhido por ele para chegar a este mundo, do jeito dele, na hora dele, e quando ele achou que estava pronto... Mas essa historia começa muito antes, muito antes desse dia... Quando conheci João Ricardo, nunca achei que quando tivéssemos filho ele nasceria de parto normal, alias muito pelo contrario, sempre pensei: pra que sofrer?? Justo nessa hora?? Eu hein... E ele, como sempre, dizia ao contrario: nosso filho nascera de parto normal! Eu nasci, meu irmão nasceu.. É normal! Anormal é cesariana... Mal sabia eu que ele já era empoderado desde sempre! 
Pois então quando descobrimos no dia 21 de março de 2014 que o nosso presentinho estava a caminho, que aquele serzinho planejado por nos já habitava meu ventre, foi então que as coisas tomaram um rumo ainda mais louco e delicioso.. Pois bem, estava acontecendo comigo né? No meu corpo? Então estuda Mayara, estuda!! Lá fui eu atras de blogs e sites pra saber qual a diferença entre os partos, benefícios, malefícios, o que seria melhor para o bebe? Para nos dois? Para nossa família? Foi então que ao ouvir de uma pessoa próxima, da família, que havia tido uma DESNEcesaria primeiro e depois um Parto Normal respeitoso é que comecei a perceber, que de fato eu não só podia, como devia tomar aquele caminho como meu objetivo, fazer com que a chegada do nosso príncipe, nosso menino, fosse respeitosa, humana e rodeada de amor e carinho, como ele merece! Afinal, era ele que estava nascendo, nada melhor que ele para decidir isso.. No meio desse caminho, troquei de medica, sabia que a minha ginecologista não iria levar esse meu desejo a serio, infelizmente... foi então que um anjo loiro entrou na minha vida.. Mais do que linda, ela realmente seguia a risca o que era exercer a medicina, cuidar do próximo... A primeira consulta só conversamos, 2 horas mais ou menos, e então fui me encantando cada vez mais, pela forma como me tratava, como tratava a minha família e como dividia aquele sonho conosco... Ela me apresentou o segundo anjo do nosso batalhão, a doula, que foi dia apos dia nos empoderando ainda mais, nos mostrando que seria possível e que esse seria sim o melhor caminho, desejado por nos, mas acima de tudo escolhido por ele, pelo nosso príncipe... 
E assim o grande dia foi chegando.. Mansinho... Devagarzinho, as dores começaram de leve na quinta, e foram aumentando, assim como a dilatação... Como ele quis, como ele sentiu que estava ficando pronto... 
40 semanas +1, As 6 da manha, uma contração muito forte me acordou, mal consegui ficar deitada.. Logo em seguida meu corpo, como que já prevendo o que ia acontecer, respondeu com uma forte diarreia.. Sabia que a hora estava chegando mas tentei descansar de novo... Porem Ha alguns dias uma febrinha me incomodava, e as 8 fui acordada de novo, mas dessa vez por conta da febre, 38 graus e meio! Resolvemos avisar a dra que pediu um exame de sangue, descemos para tomar cafe e as contrações começaram a ritmar, me lembro bem que eram 9 horas, sentei na bola para tentar comer e comecei marcar no celular.. Meus pais estavam em casa e não me esqueço da carinha de preocupação deles, mal sabiam que a hora estava por vir... Fomos ao laboratório, de la as contrações ja estavam em 5 em 5 min por mais de 1 hora, resolvemos avisar a dra, ela pediu para irmos ate ela depois do exame para que ela me examinasse... 4, pra 5 cm, colo médio apagado.. É de hoje não passa! Nossa foi como um soco no estomago, não de tristeza, mas de um misto de tantos sentimentos que não consigo resumir em palavras, que alias, foram sufocados por mais uma contração que chegou logo em seguida.. Avisamos a doula e a dra pediu para aguardarmos o exame de sangue.. Fomos ao mercado, nossa que ideia! As dores vinham e eu me abaixava entre as gondolas, rebolava.. O moco do açougue pergunta ao meu marido: é pra esse mês??! Não moço, é pra hoje mesmo! Olhos arregalados! Kkkkk é as pessoas não estão acostumadas... Compramos chocolates, frutas, tudo que eu teria vontade de comer, mal sabia que não conseguiria mais engolir nada... O resultado do exame de sangue chegou as 11 da manha, mandei pra dra e ela prontamente me respondeu: Mayara é uma infecção, não sei do que, mas preciso saber como esta o bebe, vá ate a clinica tal para fazermos cardiotocograma (um exame para ver as batidas do coração do bebe intrautero) enquanto isso vou chegando vaga nos hospitais.. E la fomos nos, ai a dor já estava numa escala de 0 a 10 em 4,5.. Contrações de 3 em 3 min... Exame feito, e para alivio, nosso príncipe estava bem tranquilo, chegando de mansinho, no tempo dele... Porem, a dra quis acompanhar mais de perto e resolveu nos internar... Nessa altura meu semblante já passava um pouco do momento que eu vivia, meus pais foram buscar as compras e ai então souberam que naquele dia iriam conhecer o neto... Fomos para o hospital El Kadri, a maternidade estava sem vaga, chegando lá João foi dar entrada na minha internação, as minhas dores só aumentando.. Resolvi ficar la fora e respirar um pouco de ar, passei mal, contrações ritmando, a doula estava chegando, a enfermeira pergunta: quer cadeira de rodas?? Não moça, quero um chuveiro e vou andando! Cheguei no quarto praticamente tirando a roupa e entrei no chuveiro... Aliviooooo!! Em pouco tempo chega a doula, contrações ritmando 2 em 2 min com duração de 3... As dores vinham, como se dilacerarem o meu corpo, mas ao mesmo tempo estava feliz em estar vivendo tudo aquilo, era ele chegando, do jeito dele, na hora dele, como ele quis... A água acalmava, as mãos da doula me aqueciam, a presença do meu marido me fazia esquecer a dor.. E assim as horas foram passando.. A dra chegou, me examinou.. 7 cm, estamos caminhando!! Me passou a medicação para a febre e seguimos partejando... Chuveiro, água quente, massagem... Mais pra cima, no meio das costas.. João me empoderando, dizendo vai dar certo... á eram 3 da tarde e as contrações ainda mais dolorosas, e compriiiidas... A doula falava grita, chora! Mas não, preferia me concentrar, em sentir aquilo, saber que meu filho estava chegando me amortecia, me enchia de esperanças e fé, em mim, no meu corpo, na minha mente e na vontade de Deus e do nosso príncipe... Mas a dor era tanta que eu pedia, quero anestesia, por favor.. Mas a doula sabia que era da boca pra fora, que não era o meu sentimento verdadeiro e dizia: pode deixar a gente já vai dar anestesia.. E me apertava, quase subia nas minhas costas, e aliviava a minha dor... A dra volta, Mais um toque, 8 pra 9cm, colo fino, ta quase... Mas dra quero anestesia! Anestesia agora? Aguenta você está chegando la!! Eis então que quando desço da maca, sinto a água escorrer: a bolsa estourou! Outro soco no estomago, outro misto de alegria, ansiedade e medo.. A hora estava chegando e nos estávamos quase conseguindo!! Foi então que ela disse: nada de chuveiro, quero ver você andar... Eis então que o irracional transcende o racional, que a mente já não manda mais no corpo e que os instintos mais primitivos começam a tomar conta... A partolãndia chegou junto a contrações de 1 em 1 minutos que duravam 7 longos minutos... Não escutava mais nada, só caminhava e rezava, pedia pra que nossa senhora me ajudasse a trazer meu filho ao mundo, que ele chegasse com saúde e respeito e pra juntos conseguíssemos que ele viesse assim... Não queria saber de musica e nem de conversa, coitados da doula e do meu marido... Já passavam das 5 da tarde, as dores me consumiam de ocitocina e de alegria ao mesmo tempo que faziam com que as lagrimas caíssem.. Vi a banqueta ali no canto e disse: quero sentar nela.. E ali sentei... Um tempo depois disse: quero fazer força... E fiz... A dra chegou e me examinou, batimentos ok, bebe encaixado, quase coroando.. Eh daqui ela não sai!! Foi um corre corre, como assim ela vai ter no quarto? diziam as enfermeiras, sim ela vai ter no quarto! Lembro bem da enfermeira chefe me dizer: mas a gente te poe na maca e em 3 min estamos no centro cirúrgico e eu respondi: você não esta entendendo, meu filho vai nascer aqui! 
E entre pessoas entrando e saindo, instrumentos chegando, todo mundo foi se posicionando e eu ali, já não sentindo mais dores, sentindo um misto de felicidade e ansiedade, a hora havia chegado... Sem pressa, sem apavoro, sem nenhum tipo de intervenção... Dra, estou sentindo um cheiro de queimado, é em mim?? Não minha flor, são os instrumentos que passaram pela autoclave... E então o riso momentâneo me deu folego, para respirar e fazer força para o próximo empuxo... E assim, devagarzinho fui sentindo através do olhar do meu marido que ele estava chegando... Senti sua cabecinha, senti que ele estava ali, a pouco centímetros de nos.. E então, as 18hrs e 30 minutos ele chegou! Nossa tudo passou, o mundo parou e ali estávamos nos, com aquele milagre em mãos.. Mal consegui chorar tamanha alegria, amor e um misto de sentimentos inenarráveis... Ele me olhou com aqueles olhinhos pequenininhos e também não chorou mais.. E ali ficamos, nos olhando, nos sentindo, nos conhecendo... O papai João cortou o cordão depois que parou de pulsar, e então Marco Antonio mamou e eu experimentei a sensação indiscriíivel de ter ali nos meus braços, o bem mais precioso da minha vida... 
Dia 17 de novembro de 2014, o dia escolhido por ele, na hora dele, do jeito dele... Cercado de amor, respeito e carinho.. Amor do papai João Ricardo Franco Caldeira que desde sempre soube que essa seria a nossa melhor forma de trazer ao mundo o nosso príncipe, que se empoderou, que mais do que estar ao lado, viveu e participou de cada momento, apoiou, me mostrou meu lado mulher e que meu corpo era capaz... agradeço a Deus por ter te colocado em meu caminho e por ser o melhor pai que Marco Antônio poderia ter! Te amo desde sempre e para sempre!
Respeito da Dra Paula Lidiane, o primeiro anjo que Deus colocou em nossas vidas, um exemplo do que é seguir a medicina, amar a profissão, cuidar do próximo e acima de tudo ser exemplo.. Nunca conseguiremos agradecer o suficiente por tanta dedicação... Nossa eterna parteira! 
E carinho da querida doula Fabrina, o segundo anjo, as mãos de fada, o abraço acolhedor, os olhos que acalmam, as palavras que empoderam.. Enfim, tudo o que precisávamos naquele momento era um ser como vc ao nosso lado! Obrigada eternamente obrigada! 
Não posso deixar de agradecer a minha tia Dra Jussara Martins, pediatra exemplar e que nos apoiou desde sempre, esteve ao nosso lado e cuida do nosso pequeno tao bem desde a barriga! Agradecer também quem me apoiou logo no inicio de toda essa Jornada,Renata, você é muito especial! Obrigada pelas dicas, apoio e por nos mostrar que esse caminho era sim o melhor caminho! Obrigada também a minha dinda Lucimara, que sempre nos deu carinho e atenção quando falávamos do parto... A minha mãe Juceli Martins, que aguentou o coração, aguentou me ver com as dores e me apoiou também, como pode, para que conseguíssemos trazer Marco Antônio ao mundo do jeito dele... Obrigada também a minha sogra Maria Cecilia, nosso exemplo e referencia de que sim é possível, é bom, é saudável!! Enfim, agradecemos também a todos os familiares e amigos que nos apoiaram, que por vezes duvidaram e que mesmo duvidando nos ajudaram a nos empoderarmos, a buscarmos informações e acreditarmos que seria possível.
E viva o parto natural, respeitoso e humanizado! Por mais gente nascendo assim, por mais mulheres sendo respeitadas, por mais famílias se unindo, por mais anjos na vidas das pessoas e por mais bebes nascendo na sua hora, no seu dia e do seu jeito!






quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Amamentação - Dicas preciosas - Parte I

Estes dias assisti uma palestra online sobre amamentação. Foi no 2º CONAHPARTO
 ( Congresso Nacional sobre Humanização do Parto)
Gostei muito da forma que estas informações que seguem foram transmitidas pela profissional e mãe Giovanna Lustosa. 


Espero poder ajudar você mamãe a se acalmar e compreender melhor o momento amamentação .
 Boa leitura!! 

Assim que o parto ocorre, um hormônio presente no corpo da mulher diminuir drasticamente, a progesterona (esta por sua vez existe e é liberada durante a gestação para impedir que o útero se se contraia). Assim sendo, entra em ação imediata após o parto outro hormônio, a PROLACTINA. 
E para a prolactina agir é preciso calma, tranquilidade, estar descansada, boa noite (ou dia) de sono... Coisa que uma mulher no pós-parto infelizmente não tem a princípio! Por isto a ajuda imprescindível do marido, companheiro. Da sua rede de apoio!!!
Assim, você marido, tem o papel fundamental para que sua mulher, mãe de seu filho, encontre conforto, confiança e segurança. Não adianta você chegar em casa e a cobrar, dizer que o bebê tá com fome, cobrar janta, e assim por diante. Antes de pisar da porta pra dentro, respire fundo e acalme seu coração, assim você irá ajudar sua esposa. Se você não pode dar o peito rs, então faça outras coisas, tanto na casa quanto com o bebê ( pegar uma coisa ou outra que ela precise). Ofereça algo de comer a ela, um abraço de calma, de que tudo irá ficar bem! Irá ficar tudo bem... tudo é novo, e o novo é desconhecido... vocês irão adquirir experiência. Você vai ver!! 

O corpo da mulher é uma bomba de hormônios...
Alguns hormônios são liberados em nosso corpo em maiores quantidades quando estamos dormindo
( por exemplo, o hormônio do crescimento nas crianças ). Outro hormônio liberado é a prolactina... a responsável pela amamentação. Portanto, tem que haver o prazer pela amamentação noturna!!!! É muuuuito importante. Se empenhe na amamentação noturna! 

O colostro
É o que seu bebê vai mamar nos primeiros dias de vida, e tem uma enorme importância, pois nele estão presentes os anti corpos que seu bebê vai precisar para os primeiros meses de vida!! Ele não tem quantidade significativa de gordura, mas seu filho não morrerá de fome. Oferte... amamente em livre demanda, pois quanto mais ele sugar, mais cedo chegará seu leite. Lembre-se: Fique tranquila, só ouça o que te soma, restrinja as visitas, não se importe ou se impressione com bobagens. Você leu, estudou muito durante a gestação. Siga firme no seu propósito. 
Algumas mulheres o leite desce logo, outras não! Portanto, não dê seu bebê para outra mulher amamentar.... se isto ocorrer, você estará deixando de estimular a sucção, e assim a produção de leite pelo estimulo. Lembre-se: Oferte!!!
A hipófise não será estimulada se não houver estímulo de sucção, sendo assim, ela não irá produzir prolactina. 
Quanto mais o bebê estimular a produção de leite, maior será as chances de sucesso na amamentação.
No primeiro mês seu peito, corpo, não sabe ainda o que irá produzir, o quanto necessita seu bebê.... portanto o peito na grande maioria das vezes pode aumentar de tamanho, ou seja ficar ingurgitado.
( falaremos mais sobre isto num próximo post- dicas de Ana Garbulho )

Dor
Não crie uma péssima expectativa da amamentação achando que você irá sofrer. Que se doer tá errado. Calma
A dor existe sim, também não é pra menos não é verdade? A pele do bico, da aréola é fina, sensível e nunca foi sugada na proporção que será sugado pelo bebê. 
Imagine você friccionando um tecido por uma hora seguida uma certa região do seu braço que sempre está exposta, concorda comigo que após uma hora esta região irá ficar quente e irritada?
Então, com seu seio não será diferente. Acalma seu coração!! ( fala da minha querida amiga e especialista em amamentação Paula Serafim ) 
Mesmo a pega estando correta, você não tendo mastite, a dor poderá existir nos primeiros dias de amamentação. Pois a pele é extremamente sensível e o bebê puxa com muita força. 

Boa pega
Massagear a mama em movimentos circulares, deslizantes no sentindo lateral para os ductos (aréola) 
O bebê tem que abocanhar a aréola para estimular os ductos, se pegar só o bico está ERRADO!

NASCER É TEMPO SEM HORA


             AMAMENTAR É DIFÍCIL MAS POSSÍVEL

A aréola é esta parte escura, é ali que o bebê tem que abocanhar ( e não o bico!) Assim, ele aperta os ductos.

Mama antes da descida do leite e mama após uns 4 a 5 dias

Pega correta




sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Relato de Parto- Mariani Moresco VABC

Deus criou o homem a sua imagem, criou-o a imagem de Deus, criou o homem e a mulher.

Deus os abençoou , fruticai, disse ele, multiplicai-os, enchei a terra e submeteia.  (Gn 1, 27-28)

E assim começo relatar MEU parto (lembrando que é MEU relato, MINHA opinião, mais espero
tocar muitos corações), sempre pensei que quando engravidasse teria meu filho de parto normal, mais não sabia muito o porque, somente queria, depois de 5 anos de casada, eu e meu esposo decidimos que estávamos prontos para esse momento, estávamos bem emocionalmente, e havíamos superado algumas dificuldades em nosso casamento graças a Deus, foi quando em março de 2012 descobri que estava grávida, nossa foi uma alegria enorme, o Fernando não cabia em si, ele sempre foi muito apaixonado por crianças e era um sonho ter um filho e era apaixonado por meninas, e para nossa maior alegria Deus nos
presenteou com uma menina, Fernando ficou bobo kkkkkk, bom, fui a primeira consulta com o GO, já disse de cara que queria parto normal, ele disse, ok! Na segunda consulta ele me disse que não daria para fazer meu parto pois  estaria de férias do plano de saúde e me indicou outros médicos, mais continuei com ele ate perto do fim da gestação, pois ele era meu GO desde que cheguei em Campo Grande, gostava dele, bom, chegou no fim da gestação, não me lembro direito com quantas semanas, mais acho que foi com 35/36 semanas, fui a minha primeira consulta com a GO que ele havia indicado, gostei dela a principio, disse a ela que queria fazer parto normal, ela não me deu muita moral, mais seguimos adiante, eu sem nenhuma informação, SEMPRE achei que qualquer médico que eu fosse e pedisse parto normal eles fariam, mais infelizmente não é assim que funciona, muito difícil o médico que se disponibiliza a fechar consultório, ou sair de madrugada, ou final de semana para te acompanhar o tempo todo no hospital, enfim, estava com 38 semanas de gestação, uma sexta-feira, dia 20 de Dezembro de 2012, fui fazer uma ultrassom com a mesma médica que estava me acompanhando, e ela depois de algum tempo examinando disse ao meu esposo – “ Ta encioso pai?, e ele respondeu: “Por mim saia daqui e ia direto para o hospital”, ela disse : “Cuidado que seu pedido pode ser atendido".
Demorou um pouquinho ela disse,  Você esta sem liquido nenhum, vamos ter que fazer uma cessaria de urgência, ficamos desesperados, não sabíamos o que poderia acontecer com nossa filha “ vuamos” para casa pegar as coisas e ir “vuando” de volta ao hospital, e la fez minha cesárea,graças a Deus foi tudo tranquilo,Alice nasceu bem foi uma grande emoção naquele momento, nossa princesa nasceu,uma alegria
inexplicável, com 2,840Kg e 49 cm, mais até hoje tenho minhas duvidas quanto ao parto, nós na posição de pacientes temos que acreditar no que diz um médico, ainda mais se tratando de um filho, mais enfim, a maior culpa por não ter sido PN foi minha na verdade, pois minha falta de informação e conhecimento me levou a essa situação.
Dois anos e dois meses se passaram, e eu sempre quis ter dois filhos próximo um do outro, e assim aconteceu, em janeiro de 2015 descobri que estava gravida novamente, já estava querendo engravidar, e assim aconteceu. Uma colega minha que estava gravida tinha me falado que teria seu bebe em um parto normal humanizado, a principio não dei muita atenção, pois minha ficha não tinha caído ainda (essa e velha hem kkkkkkkkkk), passou um tempo e ela teve seu bebe do jeito que sonhou, ela me relatou toda sua felicidade, e aquilo me contagiou de uma forma que para mim a única explicação é a ação de Deus naquele momento, pois teria outra cesárea porque achava que se eu fosse ter parto normal teria que ser pelo SUS. Fiquei tao apaixonada pelo seu relato, que naquele momento percebi que o meu sonho de ter um filho de parto normal não tinha ido por agua a baixo e comecei ai a busca por informações, todos elas valiosíssimas, pedi o contato da doula, nem sabia que existia essas mulheres maravilhosas e super empoderadas, foi ai que conheci  Fabrina, minha doula querida, suuuper atenciosa, que me passou informações valiosíssimas, uma mulher que passei a admirar quando conheci pelo seu lindo trabalho e respeito pelas suas gestantes, e conheci também minha GO maravilhosa Dra. Rubia, super profissional, super atenciosa, uma profissional de muito respeito pelo lindo trabalho que realiza, pela super dedicação com suas pacientes, enfim, estava totalmente amparada e cercada de excelentes profissionais.
Muitas pessoas me questionaram , mais porque você quer PN?, nossa sentir dor, para que?, esses tipos de questionamentos, mas na MINHA opinião, não há forma mais linda de um criança vir ao mundo senão pelas forças de sua própria mãe, aquela de te gerou desde o principio, que te deu todo aconchego do ventre, que te alimentou, que te sustentou, que te amou desde o primeiro dia, NOSSA MAIS DOI MUITO PARTO NORMAL, NÃO PRECISA PASSAR POR ISSO! Me digam uma coisa, quem é mãe saberá responder melhor, o que você faria pelo seu filho?, Se põe no lugar de uma mãe com um filho com uma doença grave, imagina a dor dessa mãe, acredito que não há dor maior que ver um filho sofrer ou ate mesmo perder um
filho, essa “DOR” que se sente ao “Dar a luz “ a um filho é dor de nascimento, dor de vida, dor de amor, de um amor incondicional sem explicação, é criação DIVINA, Deus criou nós mulheres dessa forma, para sermos protagonistas do nascimento, como ir contra a vontade e criação de Deus! Não vejo motivos para isso, a não ser lógico que seja casos de extrema necessidade, por isso, graças a Deus também existem as cesáreas, mas ao meu ver, somente para isso.

Bom o nascimento da Elisa aconteceu da seguinte forma, foi em uma terça-feira, dia 20 de outubro de 2015, acordei cedo como de costume para levar a Alice para a escola, de la fui fazer minha caminhada no belmar, e fui para casa, depois do almoço fui deitar um pouco para descansar, depois de um tempinho senti uma fisgada no pé da barriga, mais isso já tinha acontecido outras vezes, fui levantar para ir ao banheiro e senti um liquido descendo e veio um pouco de sangue, minha bolsa tinha rompido, estava começando 40 semana de gestação, isso aconteceu as 14:30h, ah, detalhe, o meu esposo tinha ido viajar, estava em Dourados, liguei para a medica, ela disse para eu ir para o hospital as 17h que iria me avaliar, estava sentindo so umas coliquinhas bem de leve, mas minhas contrações já estavam de 3 em 3 minutos +/-, liguei para Fabrina (doula), me disse para caminhar, e avisei o Fernando. As 17h fui para o hospital, Fabrina ninja já estava la kkkkkkkkkkk, fui avaliada, 2cm de dilatação, a bebê estava alta ainda, ela pediu p eu ir embora e voltar as 21h novamente, as contrações começaram a ficar mais doloridas, e graças a Deus o Fernando chegou, e desde então não saiu mais do meu lado, ele foi super companheiro, me apoiou desde o começo, para mim a
presença dele foi mais q essencial para o nascimento de nossa filha, meu eterno companheiro!!
As 21h voltamos ao hospital,Fabrina ninja já estava la me esperando,estava com dores bem mais fortes, já precisava vocaliza-las para amenizar um pouco, fui avaliada, 7cm de dilatação, fui direto para sala de parto, Fabrina sempre ao meu lado fazendo suas massagens para aliviar as dores, e meu esposo querido também, ajudou um monte até com massagens, super presente, disse para a Dra que ate faria o parto se preciso kkkkkkkkkkk. Chegamos na sala de parto, as minhas contrações já começaram a vir com vontade de fazer força  ( essa vontade é incontrolável, até achei que iria nascer naquela hora kkkkkkkk), fui para o chuveiro quente e fiquei fazendo exercícios na bola de pilates, devo ter ficado la uns 30 min +/-, e eles sempre do meu lado me dando força, me instruindo o que fazer, fazendo massagens etc. Dra. Rubia pediu para irmos para banqueta, pois já estava fazendo muita força, já estava na fase do expulsivo, fui para a banqueta e de la não sai mais, Fernando ficou atrás de mim, me dando forças, me acariciando a todo momento, me dando muito carinho e atenção, a cada contração que eu tinha ele rezava por mim, foi muito lindo e emocionante ( Confesso que na hora não estava prestando atenção em muita coisa, estava concentrada em minhas contrações, e não queria saber de nada, só de fazer força para ela nascer), fiquei na banqueta uns 40min a 1h até a Elisa nascer,e assim aconteceu, Elisa nasceu, eu estava na posição de cócoras, e ela veio direto para meus braços, uma emoção indescritível , não sei como falar, é um momento divino, olhar para aquele serzinho que acabou de sair de dentro de você e ta ali agora nos seus braços, a MINHA filha! gente, só passando para saber o que é esse sentimento, ela nasceu as 23:30h, depois de 9 horas de trabalho de parto, foi uma experiência linda, um parto totalmente humano sem nenhuma intervenção, cercada de muito amor e carinho de todos, e super abençoada por

Deus, e guardada pela Virgem Santíssima.

Muito abrigada a todos que me apoiaram e fizeram desse momento o um dos mais felizes de

minha vida.

Por Mariani Moresco , mamãe de Alice e Elisa     (imagens autorizadas)




Relato de parto Thays Baes

Pródromos:

Eu já estava em pródromos há um mês, sentindo colicazinhas, dorzinhas na lombar que iam até as pernas... como se eu fosse menstruar... incomodava, mas era suportável... comecei a sentir os pródromos mais intensos depois de uma caminhada que fiz com minha mãe, voltei da caminhada exausta, isso porque nem foi por muito tempo, mas pra mim já era muito... Nesse período de pródromos perdi meu tampão numa sexta-feira, eu e meu marido ficamos super felizes porque imaginamos que o trabalho de parto estava chegando, avisei minha GO Paula Lidiane e minha doula Tati, que queria me ver no mesmo dia. Mas eu e meu esposo tínhamos um compromisso naquela noite, então combinamos da gente se ver no domingo de manhã e caso acontecesse alguma coisa, alguma dor diferente ou ritmada para eu avisá-la. Naquela noite estava sentindo aquelas coliquinhas bem chatas, mas nada ritmadas... incomodava mesmo. Quando chegamos em casa e que eu deitei na cama, ela logo passou, meu querido marido e doulo (rsrs) fez compressas quentes na minha lombar e dormi na mesma hora.
E assim foram meus pródromos, tinha dias que me davam as coliquinhas, principalmente nas madrugadas, mas de manhã amenizavam... nada ritmadas... depois da 38ª semanas começamos a ficar na expectativa de vir o TP a qualquer momento... mas sempre percebíamos que eu ainda estava em pródromos... Teve uma noite que namoramos, porque pensamos em aproveitar o momento... Decidimos relaxar. Raulzinho já vinha e tínhamos que estar relaxados e curtir. Fiquei com medo de apressar o TP, mas não... foi tranquilo... Mas na manhã seguinte saiu um sangue coagulado, fiquei preocupada por causa da cor, avisei a minha doula e a GO novamente. A Dra. disse que eu poderia estar tendo dilatação. Na ultima vez que fiz meu pré natal, ela tinha verificado que eu já tinha 3cm de dilatação e colo 100% apagado. Fui pesquisar o que seria aquele sangue coagulado e realmente poderia ser o resto do meu tampão. O tampão pode ser transparente e gelatinoso, como foi o primeiro que saiu de mim, pode ter fissuras de sangue e também pode ser um sangue escuro coagulado. Percebemos que o processo continuava, Raulzinho se aproximava. Minha DPP era para dia 25 de maio.

Trabalho de Parto:

Na madrugada do dia 18 para 19 de maio (dia em que completamos 40 semanas), senti a madrugada toda as coliquinhas e dores na lombar, aquelas mesmas do pródromos, de manhã levantei achando que só era mais uma dessas madrugadas mal dormidas de dores e que logo já passaria. Mas elas continuaram... estranhei. Meu esposo tinha ficado o mês inteiro comigo a maior parte do tempo, faltando serviço, esperando o tp chegar. E nesse dia 19 de maio ele tinha uma reunião para ir. Ele foi e eu fiquei em casa sentindo aquelas dores, mas disse a ele que talvez elas logo passariam e qualquer coisa eu ligaria. E as dores não passaram, até pioraram... percebi que era algo diferente mesmo! Já estava me ligando que era o início do TP. Na hora me desesperei pois estava sozinha em casa, parei pra pensar o que era mesmo que tínhamos que fazer nessas horas... Chuveiro, bola... Peguei a bola levei pro chuveiro morno e sentei. Ai! Não conseguia ficar sentada, doía meu períneo! Em pé mesmo, fiquei de baixo do chuveiro gemendo de dor, uma dor suportável mas que incomodava e me desesperava por estar sozinha. Cronometrei e estava ritmada e com poucos intervalos. Eu mal conseguia cronometrar e muito menos pegar no celular para visar alguém, mas eu tinha que fazer alguma coisa, mandei uma mensagem pra Dra. e pra Tati. A Tati me respondeu e disse que daqui a pouco mais era para eu avisa-la se continuasse. E eu disse "ok". Mas antes de eu retornar pra ela, ela resolveu ir lá pra casa. Eu tinha deixado a porta aberta, ela entrou em casa, foi lá no banheiro e percebeu que as dores não tinham passado e estavam ritmadas e com pequenos intervalos. Ela logo ligou para  minha GO mas ela não atendeu, talvez estivesse em um congresso, ligou para outra GO e ela também não atendeu, ligou então para mais uma, a Dra. Juliane, que atendeu e combinamos de nos encontrar na maternidade para me examinar. Fomos! Aiiii eu com aquela dor, não consegui nem arrumar algumas coisas que eu tinha deixado pra arrumar na hora de ir pra maternidade. (Eu tinha ouvido dizer que quando começassem as contrações eu poderia ficar tranquila e continuar fazendo algumas coisas que ainda faltavam, como terminar ade arrumar a mala da maternidade... Hum! Tá! Comigo isso não deu certo! Nem pensar direito eu conseguia...)
Chegamos na maternidade, a GO me examinou e eu já estava com 6 cm de dilatação. Ela já decidiu me internar. Continuei lá esperando a sala de parto ser liberada, sentindo minhas contrações. Enquanto isso a Tati teve que sair, resolver um compromisso dela e já voltava. Enquanto isso me deixou com outra doula, muito querida, carinhosa, a Fabrina. Ela me falava exatamente o que eu precisava de ouvir naquele momento. Me dava forças. Enquanto isso meu marido já havia chegado.

Fomos para a sala de parto, fiquei sentindo as dores que iam e vinham... São suportáveis, mas são bem fortes! E eu o tempo inteiro só me concentrava nelas. Entrei na piscina, as dores amenizavam. Eu não tinha nem comido nada, não deu tempo nem de tomar um café da manhã. Pegamos correndo umas bolachas de aveia e mel e água de coco, mas no TP eu quase nem conseguia comer, só queria água e as vezes água de coco. Fiquei um pouco sem energia. Eu quase não conseguia abrir meus olhos. Talvez foi a melhor forma que encontrava de me concentrar. Logo a Tati voltou para me acompanhar. Quando minhas contrações vinham, a Tati empurrava para dentro minha lombar, aliviava muito! Não queria mais ficar sem aquilo a cada contração. Meu esposo também aprendeu a fazer e também me ajudava. 
Na piscina o TP fica mais lento, eu evoluí rapidamente para 8 cm de dilatação, mas na água eu fiquei nos 9 cm por um bom tempo.
A GO pediu para estourar minha bolsa, pois queria ver a cor do líquido amniótico. Meu marido disse que tinha sonhado que o Rauzinho tinha nascido empelicado nas mãos dele. Mas enfim, permitimos que a dra. estourasse. Essa foi a primeira intervenção que tivemos. O líquido não estava escuro e continuamos. Fiquei na Fase Ativa por um longo período até dilatar os 10cm.
Entramos na Fase Expulsiva, a dra. tinha dito que o colo do meu útero ainda não estava 100% apagado, então ela pediu para afastar o colo para que a cabeça do Raul pudesse descer. Permitimos novamente, e essa foi a segunda intervenção. Eu continuava a fazer força e minhas contrações começaram a ficar curtas. A dra. pediu para aplicar ocitocina no meu braço para ajudar a prolongar as minhas contrações. Mas essa terceira intervenção não adiantou porque nesse momento eu já estava liberando adrenalina por causa do ambiente que ficou tenso depois que a dra. sugeriu uma cesária.
Continuava a fazer força e tentava me concentrar ao máximo, muitas vezes fazia força no lugar errado. E eu só conseguia aquela força longa que eu precisava, quando as contrações vinham. Mas as contrações quase não vinham mais tão intensas. E assim, eu fui ficando muito cansada e sem energia. Tentava várias posições. E a dra. pediu para ajudar massageando meu períneo. Permitimos novamente e essa foi quarta intervenção. Não sei se ajudou muito, mas meu períneo ficou mais inchada do que já estava. Acredito que isso atrapalhou a passagem da cabeça do bebê.
A dra. ficou massageando e eu fazendo força. Minhas contrações quase não vinham mais e eu estava cansadíssima. Quando a dra. mexia no meu períneo, a contração vinha. Eu precisava daquelas "dores". Eu já nem sentia mais dores. Só me concentrava na força que eu precisava fazer. Fiz várias e várias vezes. Eu já havia sentido a cabecinha do Raul, mas ela não saia. Evoluía muito pouco. Ela vinha  quando eu fazia força e as vezes voltava quando eu respirava. Achei esse processo do expulsivo muito difícil! Ficamos um bom tempo assim, a dra. falando de novo que ia indicar uma cesária e que achava que ele não ia sair. Meu marido "cozinhando em banho maria" a dra. pra ela esperar e ter mais paciência. Depois de algumas horas nessa cansativa tentativa, eu já estava quase desistindo. Disse para o meu marido que eu só queria que o Raul nascesse, não importava mais se era cesária ou normal. E ele ainda confiante, pediu para continuarmos porque os batimentos do bebê estavam bem então não tinha porquê se preocupar e desistir. E é claro que eu gostaria muito que fosse um parto vaginal. Então continuamos. Eu continuei a me concentrar. Em todo o processo, desde a fase ativa eu não conseguia quase conversar nos intervalos, eu estava muito concentrada, de olhos fechados. Estava tão cansada que se deixassem eu dormiria naquele momento. E enquanto eu continuava a fazer força a dra. disse em episiotomia. Nessa hora acredito que meu marido deve ter ficado desesperado porque ele me falava "vai amor, faz força certa! a dra. vai te cortar!" E eu continuava na minha concentração, eu já estava dando o máximo de mim, não era por causa de uma episiotomia que eu ia começar a me esforçar... Já não tinha mais o que eu podia fazer a não ser continuar... A dra. aplicou a anestesia e pegou a tesoura, eu fiz mais umas 2 forças e a cabeça do Raul saiu. Nessa hora a dra. guardou a tesoura! Ufa! Isso quem conta é meu marido porque eu estava no meu mundo, de olhos fechados, concentrada nas forças, nem sabia que a cabeça já havia saído. E eu respirava pra fazer mais força, só que nesse intervalo a cabeça do Raul ficou lá, parada até  a próxima força pra sair o ombro. Eu me lembro nessa hora de uma cena que estava a doula e meu esposo do meu lado, a dra. na minha frente, a pediatra e mais duas enfermeiras atrás da dra. e todos torcendo e fazendo força junto comigo... Até que eu senti em cima de mim alguma coisa e quando olhei eu não cái na real ma hora, fiquei por alguns segundos parada olhando o Raul em cima de mim. Eu não sabia que ele já havia saído, eu estava a maior parte do tempo de olhos fechados. E quando me toquei, abracei ele. Ele estava quentinho e coloquei a boquinha dele no meu seio. Mas ele estava sem forças, quase sem respirar. A pediatra Dra. Natacha clampeou o cordão umbilical e levaram para aspirar. Meu marido foi junto e é claro que naquele momento a única coisa que queremos é que nosso bebê fique bem. Permitimos a aspiração e só depois disso ele chorou e reagiu. Nossa, quando ouvi o choro dele, aí me aliviei, porque ficamos preocupados. Meu marido nesse momento derramou as lágrimas que seguravam toda aquela tensão. Trouxeram novamente o Raulzinho para o meu colo, mas logo ele teve que ir se agasalhar. Tive 3 cm de laceração. Trouxemos a placenta pra casa, depois vamos plantá-la junto com uma árvore.
Raul nasceu as 18h57 do dia 19 de maio de 2015, com 3.695kg e 51cm.
Enquanto a dra. terminava o parto, minha placenta caiu no chão, eu só ouvi. A dra. me disse que meu útero estava sangrando muito. Ela disse em hemorragia. Ficou preocupada e disse que precisava fazer uma revisão. Meu marido me disse que depois que a dra. saiu da sala, ele olhou como estava e não estava mais sangrando, ele se aliviou porque perceber que não era uma hemorragia. Mas mesmo assim, fui levada para a sala de cirurgia. Rebebi uma raquidiana e a dra. observou e me disse que estava tudo bem e que eu não a precisar fazer nenhuma cirurgia. Graças a Deus! Mas fiquei aquela noite sem mexer minhas pernas. Sem poder curtir direito meu bebê pois não podia nem levantar para pegá-lo. Nem me virar para dar de mama para ele. Enfim, esperei passar o efeito daquela anestesia, olhando o Raulzinho, cheirando ele quando meu marido colocava ele do meu lado. No outro dia sim, pude pegá-lo e colocar ele no meu seio de novo.

Demorei ainda alguns dias para superar e descansar do meu parto. Fiquei triste no início pelas intervenções que foram feitas e pela forma como acabou (eu com uma raqui). Mas hoje, depois de 1 mês, superei o que aconteceu, mas ainda não estou satisfeita. Acredito ainda que se tivéssemos deixado fluir e não  houvesse qualquer tipo de pressão, meu parto demoraria mais, sim, mas teria sido muito mais humanizado, tranquilo e quem sabe orgásmico. Apesar de que todas as intervenções a Dra. sempre nos pediu permissão.
Ainda quero parir novamente e quero me preparar para que a próxima seja muito melhor!

Agradeço primeiro a Deus, aos espíritos de luz e nossos anjos guardiões que nos ajudaram o tempo inteiro, desde a gestação até agora. Tenho certeza que se não fosse por Deus, não tínhamos conseguido!
A minha doula Tati que me ajudou muito, me acompanhou, torceu por mim e me deu forças! A Fabrina que me acompanhou em um pequeno momento do meu TP, mas que foi maravilhoso sua presença! Ao meu esposo maravilhoso que se empoderou, segurou firme o tempo todo e acredito, que pariu junto comigo o nosso bebê! Se não fosse por ele acreditar na gente e estar lá do meu lado, eu teria aceitado a cesária. A nossa GO Dra. Paula Lidiane que nos acompanhou em todo o pré-natal, que foi sempre carinhosa e muito atenciosa em todas as nossas consultas. A GO Dra. Juliane, carinhosa e querida que acompanhou nosso parto. Mesmo havendo algumas intervenções, acredito que ela só queria o melhor para nós e pensou em nossa segurança. E a Dra. Natacha que respeitou o tempo inteiro nosso bebê. Lembrando que todos os profissionais envolvidos leram e deram muita atenção para o nosso Plano de Parto.


sábado, 31 de outubro de 2015

Relato de parto Taciane Bonamigo e Fernando

Mais um relato de parto emocionante pra vocês se empoderarem, se imaginarem e buscarem o melhor possível dentro deste universo que é o Parto Normal. Sejam fortes, únicas e inspiradoras... sejam mulheres!

Meu trabalho de parto iniciou de uma maneira que nunca esperaria, calmo e devagar... Acreditava que minha bolsa iria romper ou iria sentir contrações fortes, mas na noite de quinta-feira (10/09) ás 22:00 hs comecei a sentir pequenas contrações, porém já meio frequentes ( de 5/5 minutos). Avisamos a nossa doula, que entrou em contato com nossa obstetra Dra Sandra Valéria a qual nos orientou ir á maternidade só pra avaliação e avaliar os batimentos cardíacos do nosso filho. Assim, fomos eu e meu marido para a maternidade aonde ficamos sabendo que estávamos com 2 cm de dilatação e que deveríamos voltar para a casa. Pois bem, voltamos, fui até dormir, pois as dores estavam suportáveis, quase leves. Lá pelas 02:00hs acordei com as contrações oscilando entre 3 e 6 minutos decidimos voltar para a maternidade. Desta vez a Dra. pediu que já nos internássemos ( pois já não haviam vagas na maternidade)... Depois de pouco tempo, nossa doula Fabrina chegou e começamos a nos exercitar: bola, agachamentos, massagens, compressões, tudo para aliviar e estimular melhor as contrações. Pelas 09:00 hs da manhã as dores já estavam mais intensas e fui para o chuveiro com meu marido para tentar amenizar... Fiquei lá por um tempo, até que a dor começou a ficar insuportável e então a Fá pediu pra Dra solicitar a sala de parto que tinha a tão sonhada banheira... mas nem precisou, ela já havia reservado !! Descemos então á sala de parto, onde recorri á banheira... Neste momento a dor começou a ficar indiscritível, pensava que não iria conseguir ir a diante e comecei a pedir analgesia, cesárea e tudo aquilo que anteriormente havia dito que não gostaria que fosse realizado neste dia. Há todo momento a Sandra, a Fabrina e o meu marido ficavam me relembrando o quanto eu havia me preparado para o parto e não podia abrir mão disso... Quando realmente já estava esgotada, a médica fez o toque e estava com 9 pra 10 cm !!! Um pouco mais e já fomos pra banqueta... estava na hora do meu manino nascer... Comecei a fazer força, muita força porém não via o desenrolar do parto, até que a Fá pegou um espelho e me mostrou que a cabeça do meu filho estava coroando, contração atras de contração, mas a Dra que ficava a cada minuto ouvindo os batimentos do meu Joca, falou que os batimentos dele estavam começando a cair e ele tinha que nascer. Naquele momento me conectei e falei com meu filho... " Vamos nascer filho"!!  
Naquele momento me conectei e falei mais com meu Joaquim, que iríamos fazer aquilo junto e que eu estava o esperando e tinha chegado a hora dele nascer. Nesse momento a médica ouviu novamente os batimentos e já estavam regulares de novo. Aquilo para mim foi tudo... me deu toda a força que precisava e eu olhando pro espelho, fazendo força, ví quando ele nasceu e veio direto para meus braços...
Hoje, revendo este dia pelo qual me preparei tanto, vejo que tenho muita sorte. Principalmente por ter um marido único, que ficou ao meu lado desde o momento da escolha do parto humanizado até o nascimento, me incentivando e me dando o suporte necessário para que eu pudesse parir o nosso filho com muito amor.procurou me instruir, me incentivar e que na hora do parto, as suas mãos foram milagrosas, me massageando, 
Muita sorte por ter uma médica que ficou na maioria do parto calada, mas quando foi necessário me disse as palavras mais doces do mundo ao meu ouvido. Obrigada Dra Sandra! 
Sorte também porque encontrei um anjo intitulado como doula, que ao longo de toda a gestação procurou me instruir, me incentivar e que na hora do parto, as suas mãos foram milagrosas, me massageando com todo carinho do mundo, fazendo manobras que me fizeram suportar tudo aquilo. Que bom que em Campo Grande temos profissionais como vocês, que optaram não pelo caminho mais fácil (pois o parto vaginal demanda de muito tempo destas pessoas, tempo que poderiam estar com suas famílias e em suas casas) mas optaram por auxiliar "estranhas" a cumprirem o sonho de trazerem seus filhos ao mundo simplesmente da maneira mais humana e doce possível. 
Obrigada minhas lindas por respeitarem este momento de fragilidade, por me respeitarem enquanto mulher e por respeitarem a vida do meu filho. Por isso, eu lhes devo minha eterna gratidão! 

Por Taciane Bonamigo , esposa do super pai Fernando e do filho amado Joaquim <3 




















sábado, 10 de outubro de 2015

Os dois lados

Por Amanda Maymi 

Ontem eu chorei. Chorei porque presenciei a violência obstétrica como nunca antes. E porque fui feita sua cúmplice. Ela chegou com dor. Eu a recebi na admissão no período da manhã. "Dor de chorar". Ela foi internada com 6 centímetros de dilatação. E dor "de chorar". Durante a tarde eu estava no Centro Obstétrico. Eu não a havia reconhecido até ela me chamar para me lembrar de sua dor. Me disse que a médica havia prometido um remédio e eu fui conferir. Ao chegar na bancada da enfermagem encontro uma profissional preparando um soro para ela. Não era analgesia, era ocitocina. Ela chorou. Muito mais do que eu. A esse ponto eu nem imaginava que iria chorar por ela. Ela chorou várias vezes. Dois toques. 9 centímetros. "Agora para de gritar e faz força pro teu bebê nascer". Ela não conseguia lidar com aquela dor. Na gestação anterior, um trabalho de parto prolongado que "evoluiu" para cesárea. Ela pedia para ser cortada de novo, de tanta dor. "Não vai dar, vai para a mesa de parto". Mais gritos. "Fecha a boca para fazer a força certa". Eu não era mais estudante de medicina nesse momento. Era doula. Tentava consolar aquela mulher cercada por médicos e outros profissionais. O pai ficou fora da sala. Não estava "preparado psicologicamente" segundo o chefe. Eu não acompanhava mais o andamento do parto. Só conseguia olhar para ela. Tentava falar com ela. Ela não queria mais falar. A violência já havia sido demais. Contração. Grito. O médico, que estava do outro lado da paciente, posiciona o antebraço sobre sua barriga e eu já sei o que vai acontecer. Ele começa a pressionar, fazendo a manobra de Kristeller (banida pela OMS, Ministério da Saúde e Conselhos Regionais e reconhecida como violência obstétrica pelo Ministério Público). Respirei. Mais gritos. "Prepara o kit de episio". Nesse momento, ele abre a mão bem na minha frente, e essa imagem ainda não saiu da minha cabeça. Eu já havia entendido, mas não queria. "Segura aqui minha mão", ele disse para mim. Segurei. Durou uns 20 segundos. Gritos. Ele soltou a minha mão e tudo o que consegui fazer foi sair dali. O mais rápido que podia. As lágrimas já começavam a rolar. Não consegui voltar. Depois soube que além da episiotomia, foi utilizado fórceps. Ela não quis dizer o nome do bebê. Ela não quis dizer mais nada.
Hoje eu chorei. Chorei porque vi a humanização na obstetrícia tomando forma real. E porque fui feita sua cúmplice. Era sua primeira gestação. Ela acordou com dor. Não sei com quantos centímetros ela chegou, eu não estava lá. Mas logo já estava com 8. Quando me pediram para escutar os batimentos do bebê ela já estava com 9 centímetros e fazia um bom tempo que estava debaixo de chuveiro. Entrei o banheiro e vi uma cena inédita. Ela não estava no banquinho, relaxando embaixo d'água. Estava em quatro apoios, aproveitando cada contração. "To sentindo aqui embaixo". Encontrei os batimentos bem baixos mesmo. Estava quase na hora. Ela pedia para ver no espelho. "O que eu devia estar vendo?". "Espera a próxima contração que você vai ver", eu disse. Dito e feito, na próxima contração já estávamos vendo os cabelinhos. A música instrumental ficava mais baixa naquele cômodo, mas era audível. Ouvi até alguém comentar que gostava de uma das músicas quando começou. Mais duas contrações e a cabeça já estava lá. Mais duas e eu tinha o bebê inteiro nas minhas mãos. Ali mesmo. Debaixo do chuveiro, em quatro apoios, ela pariu. Eu, de joelhos, já estava meio molhada também. Coloquei o bebê em seus braços e em poucos instantes eles estavam trocando olhares. O cordão ainda pulsava, portanto permaneceu intocado. A avó cortou o cordão. Fomos para a cama aguardar a placenta descer. Enquanto isso, mãe e bebê aproveitavam o contato pele-a-pele. Pele com pele mesmo, sem roupa entre os dois, permitindo o importantíssimo primeiro contato. A placenta desceu sem qualquer problemas. Lacerações? Uma parauretral de primeiro grau e mais ou menos um centímetro. Sem necessidade de pontos. Ela levou a placenta para casa, mas antes disso fizemos a Árvore da Vida, essa aí na foto.
Ontem eu não sabia o que fazer, estava sem chão e sem esperanças. Hoje, recuperei minhas forças e minha vontade de lutar. Acredito que TODA MULHER merece atendimento humanizado, seja em parto natural, domiciliar, hospitalar ou cesariana. Porque diferente do que me ensinaram na faculdade, não acho que parto humanizado e parto seguro sejam coisas dissociadas. Inclusive, sentiria vergonha (e não orgulho) de dizer que faço parto seguro, não humanizado. Porque isso é admitir o que todo mundo já sabe: que o atendimento dado a muitas parturientes é desumano. E é por isso que não deixarei de lutar. Porque, citando um amado amigo meu, "Não se trata de humanizar as pessoas. Essas já são humanas. Se trata de humanizar as relações."

Estágios da dor do parto

Os 5 estágios da dor do parto...
Lí neste instante este texto... achei bacana, diria que verdadeiro!!

Não devemos ocultar das mulheres que o parto é livre de dor... não, nunca! Ela deve saber que dói... toda via de nascimento dói. Ou dói na hora ou dói depois, ou a vida toda. Sabe porquê? Porque nós sempre vamos sentir dor por nos tornamos mães, por sermos mãe, por nossos filhos... quando eles chorarem por qualquer motivo, quando eles caírem, quando eles forem desprezados por alguns coleguinhas, quando começarem a amar, quando negarmos algos a eles, quando saírem de casa... e etc!! Portanto, não tenha pavor da dor, apenas trabalhe junto dela! Não pari, não sentir dor de parto normal. Lembro da dor do pós operatório da cesariana sim, mas também não foi a morte!! Assim como vejo que a dor que muitas "doulandas" sentem na hora do trabalho de parto e parto, também não são a morte. Acreditem..... você consegue! E se não conseguir???CLARO QUE VOCÊ CONSEGUIU... conseguiu até o seu limite!!! Você NÃO vai ser menos mãe se pedir analgesia! Na cena do parto , pode haver dor o que não pode ter é SOFRIMENTO, TORTURA! Todas temos limites. Força, foco e fé!! Bjs Fabrina Flores ( Doula )

Segue endereço deste lindo texto by Carol Darci

 http://caroldarcie.tumblr.com/post/91973458369/os-5-est%C3%A1gios-da-dor-do-parto

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Relato de parto- Leydy

E no dia 14/09/15 as 18h25min com 39 semanas e 01 dia meu Pedro Henrique veio ao mundo.
Acordei na segunda com a intenção de ir ao trabalho e depois ir a consulta de rotina as 10h com a Dra Sandra , porem o sono era maior e resolvi ficar em casa e ir direto para consulta as 10h. Acordei as 09h e fui tomar banho...Ao ver meu pipis percebi que desceu uma clara de ovo com um filete de sangue...pensei aff deve ser o tampão que esta caindo...não senti dor nem nada. Fui para médica.. Ao estacionar senti dor de cólica...isso já era 9h50...eu que adoro o sofá de espera do consultório, comecei a sentir um incomodo ao não achar uma posição confortável para sentar, pois sentia uma cólica chata....não era dor...era um simples incomodo...acho que lá pelas 11h00 entrei no consultório e já cheguei falando pra Dra: “To com uma dorzinha chata, e no  meu pipis saiu uma gosma tipo clara de ovo...
Dra.  me informou que a clara de ovo era meu tampão que havia saído e resolveu verificar se havia dilatação.....a surpresa foi eu já estar com 6cm de dilatação e sem dor!!!....só uma coliquinha de nada...
Enfim fui informada que o Pedro Henrique chegaria numa segunda.... Liguei para marido, mãe e Fabrina claro.. Dra. reservou as 15h a maternidade e pediu q voltasse ao consultório as 14h para me avaliar novamente...fui pra casa me forcei a almoçar.....e fiquei ansiosa a cada dor de coliquinha que vinha...parecia nada...coisa normal de mulher em dia de mestruação....voltei ao consultório e já estava com 8cm de dilatação!!!! Uhullll...nada de dor insuportável...tudo normal.
Fui para maternidade...apartamento...marido, doula, mãe,  bola...dores um pouco mais fortes.....desce sobe na bola.... manobras da doula...conversas...risos.... e Fabrina me instruindo que o que eu sentia era a tão famosa contração...foi fundamental sua presença...ela  me acalmava, me lembrava que não devia perder o controle da situação... Me massageava e usava o oleozinho dela....mais conversas, risos, dores suportáveis e ansiedade controlada através das palavras de minha doula, meu lindo marido e uma mãe maravilhosa...não poderia querer nada melhor...15h30 Dra chegou.... Depois não me lembro que hora ocorreu nas enfim senti a bolsa estourar 9cm de dilatação e achei que era a cabeça do meu menino já saindo kkkk enfim sala de parto...juro que podia ir andando pra lah...rs Mas fui na cadeira de rodas .
Sala de parto...senti contrações descompassadas...
Quando a dor chegou um pouco mais forte que antes, a Fabrina e a Dra encheram a banheira e lá entrei... fui p banheira relaxar as dores e quase dormi.... é bom la....mas  relaxar muito e isto não ajudou....relaxei demais...e marido me apoiando, doula me instruindo sobre meu proposito e massagem...mãe apoiando.. gostoso lah...mas as contrações voltaram a ficar descompassadas e então saí da água... Já sentia puxos porém...
Fui banqueta onde eu jurava que seria o parto e queria q fosse...la me esforcei....mas as contrações vinham em passos lentos...mas nada...Dra me informando q não fazia a força correta...força de coco saindo. Fazia força no pescoço...já não sabia o que fazia...já não ouvia doula,  marido só pra apertar mesmo rs...Oxitocina na veia....e adivinha nada de funcionar!!!..Como assim oxitocina e nada de contração¿¿¿...Até a Dra.  resolveu me levar pra maca e pedir para eu fica de cócoras lá segurando um ferro...enfim deu certo na questão de fazer a força correta...porém nada de contração ...mais oxitocina e nada.......contrações não vinham de forma frequente...
Parto foi na raça...com muito custo veio uma contração forte...deu pra ver a cabeça....ia lacerar muuuuito...dra. informou que tinha que corta...falei naoo corta...marido falou naoooo corta....dra informou , mostrou bem para meu marido e explicou.... precisa mesmo cortar..ahhh marido disse corta!  Enfim cortou...outra contração...cabeça do meu menino saiu....mas acabou a contração...desespero...quero dor...quero contração...meu filho precisa sair...não vou conseguir....socorro...aff quero quero contração....veio uma contração fraca e enfim com uma força sobrenatural...meu PH saiu...direto para meus braços...não entendi...não acreditei....ele estava ali...lindo e meu ...pediatra já colocou no meu seio e ele não mamou mas ficou com a boquinha já no lugar estratégico rs...sem chorar quieto sentindo meu coração e meu cheiro...tudo tão rápido e tão devagar...parecia horas enfim no meu peito ali quentinho no meu colo...marido cortou cordao e enfim baby saiu com o pediatra...chorouu Placenta saiu...isso doe rs Dra. costurando o pique e marido e mãe apaixonados por Pedro Henrique.
Enfim meu menino voltou aos meus braços e deles não sai mais!!!!
Espero que eu consiga ajudar muitas mulheres que buscam este universo! 
Ass: Leydy


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