Meu nome é Mariana, tenho 27 anos e sempre fui apaixonada por partos e pelo universo dos bebês! Quando completei 3 meses de casada, descobri que estava com 6 semanas de gestação Foi um susto! Pois não havia planejado naquela momento, mas entendi que era um presente de Deus pra mim e meu grande amor. Eu não sabia como seria dali pra frente... mas de uma coisa eu tinha certeza: queria um parto normal humanizado!! Começaram então os estudos e pesquisas. O G.O. que me atendia na época me disse logo que só fazia parto "cesariano" e com no máximo 38 semanas tiraríamos o bebê. Continuei com ele por alguns meses ainda, decidindo se faria parto domiciliar ou hospitalar, porém com uma equipe o mais humanizada possível.
Chegou a semana 40 e a cada mudança de lua eu acreditava que ela viria. Eu sentia muitas contrações de treinamento, um pouco de cólicas e dor na lombar, porém não tinha nada de dilatação. Meu colo estava ainda grosso. Ela já havia encaixado, mas estava alta ainda. Meu coração cada dia mais ansioso, já estava bem cansada e minha barriga pesava demais! Minha bebê estava com 3.800 kg. Com 41 semanas e 3 dias, resolvi após toda explicação de minha médica, optar pela indução do parto. Internei na maternidade bem cedinho e inciamos os procedimentos. Confesso que tinha um pouco de medo da indução. Conversei muito com minha doula e pra me acalmar ainda mais ela passou um contato de outra doulanda dela que também havia passado pela indução, então eu liguei e nós conversamos. Ela me tranquilizou ainda mais e disse pra eu não ter medo. Que a indução iria começar como o início de um trabalho de parto normal.Que eu não iria sentir dores fortes logo de início. Pois bem, passaram-se as horas e eu ainda não sentia nada... Fomos para o segundo comprimido. Meu coração estava esperançoso, minha pequena iria chegar em algumas horas ou no máximo no outro dia, eu acreditava. Entramos no segundo dia de indução e no terceiro comprimido. Minha médica, sempre muito atenciosa, monitorava sempre os batimentos do coraçãozinho da minha Isa e sempre passava para ver se tudo estava bem. Tudo parecia calmo e muito bem, porém meu coração começou a ficar apertado e eu comecei a desejar somente que minha filha viesse ao mundo, não importado mais a forma. Foi quando a Dra. fez o toque,e nada havia mudado!! Meu colo permanecia imaturo, alto, as contrações continuavam só de treinamento, e o cansaço físico e emocional já estavam presentes em mim e no meu esposo.
Tínhamos duas opções: continuávamos a indução por mais um ida ou íamos para a cesárea. Orei e pedi a Deus uma direção no que fazer e que Ele me desse paz na minha escolha. Então, optei pela cesariana. Rapidamente nos aprontamos, Fabrina e meu esposo entraram comigo no centro cirúrgico. Quando deitei naquela mesa de cirurgia me deu um aperto no coração tão grande e não contive as lágrimas, que pelo meu rosto. Meu sonho pelo parto normal acabou... mas entrava em ceno outra via de nascimento tão importante quanto... Ví sim, o sonho escorrer pelas minhas mãos e eu não podia fazer nada! Minha filha seria "tirada" de mim sem ser avisada. E o melhor para ela, que eu acreditava ser um parto natural, eu não poderia proporcionar. Mas estava com uma equipe maravilhosa, que só fez e agiu conforme o que eu pedia e/ou concordava. Iniciou-se então a cesariana Humanizada... Humanizada sim.... Iniciou-se a cirurgia e em poucos minutos ouvi o chorinho mais incrível do mundo que me levou novamente as lágrimas, porém agora de alegria. Eu e meu esposo estávamos muito emocionados, sentimos nosso presente de perto. Isa veio direto para perto de mim, e nunca vou me esquecer daquele cheiro e daquela temperatura. Ela bem quentinha!! Cheia de saúde e força. Não foi aspirada, não pingaram colírio nos seus olhinhos, não ouve intervenções desnecessárias. Ficou no colo do meu esposo por tempos! Saudável e forte Graças a Deus!
No final da cirurgia a médica falou que meu útero estava estranhamente duro, teve muita dificuldade para tirar minha bebê, e que estava com circular (o que sabemos que isto não é indicação de cesariana ) e a Isa já havia feito um pouco de coco no liquido, mas em nenhum momento antes da cirurgia ela apresentou batimentos oscilantes. Se eu continuasse a indução por mais um dia, minha filha poderia não ter nascido tão saudável e linda como nasceu. O parto normal não foi mesmo possível, mas estou feliz por poder contar com a cesariana quando precisei.
Nos primeiros dias após o parto foi difícil aceitar que tudo o que eu havia planejado não aconteceu. Mas hoje, após 15 dias da chegada da minha Isa, eu agradeço a Deus por ter minha filha aqui comigo, pela equipe maravilhosa que me acompanhou durante a gestação ( Fabrina e Dra. Rúbia serei eternamente grata pela vida de vocês ), pelo marido maravilhoso que Ele me deu e pelo recurso da cesárea que foi no momento certo. Minha filha não nasceu de um parto natural, mas nasceu no momento certo, que tinha que nascer! Deus sabe de todas as coisas e cuida de nós! Gratidão eterna a Ele!
Este foi o relato da minha querida e eterna "doulanda" Mariana.
Obrigada Mari por atender meu pedido e escrever seu relato tão prontamente para postar aqui no blog. Este relato serve pra todos verem que mesmo o parto normal tão desejado não sendo possível, por inúmeros fatores, existe outra saída! Aí não me venham indagar: ahh então porque não foi logo pra cesária?? E eu vos respondo: como saber se irá conseguir sem tentar??
Fiquem com Deus e ótimo final de semana!!
Fabrina Jesus Flores.
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